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  • Foto do escritorReliane de Carvalho

Conflito nas relações? Encontre aqui sugestões para a sua saúde emocional...

Atualizado: 20 de jul. de 2020

Nada pode ser mais profundo do que o movimento que nos leva ao nosso próprio mundo. Só alguém que se conhece, que é capaz de sentir todos os seus movimentos, atento a todas as suas emoções e as suas manifestações (ações) é capaz de ter sabedoria, paciência, e às vezes até persistência para compreender tudo o que acontece no mundo e para bem se posicionar.

Por vezes gasta-se tempo demais ao observar os ruídos externos, ou seja, o comportamento do outro, as ações do outro, o que o outro fez e não deveria ter feito, o porquê o outro assim agiu e não agiu de outra forma, e esquece-se de observar o seu papel neste processo relacional. O que eu poderia ter feito diferente para do outro obter reação diferente? Será que não agi de forma impulsiva diante de uma emoção mal resolvida, negativa? Que emoções que em mim preciso trabalhar para não me sentir assim ferida (o) a toda e qualquer ação do outro? Será que toda a responsabilidade do conflito está no outro ou se tivesse agido diferente teria recebido movimentos e ações diferentes?

Por vezes, após toda uma viagem interior e intensa análise, o que se percebe é que o outro realmente assim agiu porquê tem muito o que resolver dentro de si, precisa fazer sua viagem interior, trabalhar suas emoções, mas se chegamos a esta conclusão a partir de uma profunda reflexão, desnudamo-nos da possibilidade de fazermos julgamentos, porque vamos olhar o outro como ser de emoções, que age de acordo com cada uma delas, que tem uma história de vida por trás, e ao invés de julgarmos, sofrermos, ou maldizermos, vamos optar por nos posicionar de forma mais saudável possível. E como é este posicionamento? Como deve ser o nosso posicionamento diante de conflitos que após toda uma análise conceitual de todo o processo que envolve a relação, verificamos que o outro não está bem e que suas ações negativas não foram um reflexo de alguma emoção não boa que tivemos e que em ações exteriorizamos?


A premissa da vida é nos colocarmos em primeiro lugar sempre. E isso não é egoísmo, quando amamos-nos e nutrimos um profundo respeito e amor próprio, estamos aptos a verdadeiramente amar alguém. E partir deste pressuposto, não em momento de stress, mas depois que o stress e o desconforto passar, alertar o outro sobre o que está a acontecer, sobre como está a se sentir diante do seu comportamento, sobre o impacto não saudável do seu comportamento para a saúde da relação. E se a partir desta conscientização a dois, se o outro não alterar suas ações, não procurar ajuda profissional e insistir em ter ações tóxicas a partir de emoções mal resolvidas, só há dois caminhos que podemos seguir. 1) Ou desiste-se da relação. 2) Ou dá uma nova chance a partir da conscientização do outro sobre tudo o que está a acontecer e sobre a possibilidade do fim, caso não haja no futuro uma mudança de padrão de comportamento.


Agora é importante termos dois pressupostos em mente: Primeiro é contraproducente qualquer ação no momento de desconforto emocional, de zanga, de stress. É preciso deixar o calor das emoções passarem, a reação corporal do stress diminuir, ou seja, os batimentos cardíacos normalizarem, o frio na barriga passar, a sensação de suor repentino e frio passar, e depois que a homeostase ocorre, que o corpo voltar ao normal, em momento oportuno, retomar a conversa para que ambos possam estar em consciência, não em conflito, em confusão. Cada vez que se age ou diz no calor das emoções, não há como a via cerebral que usa a cognição trabalhar, e a partir das emoções não saudáveis, de certeza a ação será impulsiva e a verbalização será destrutiva, prejudicando e muito a relação. O segundo pressuposto é: Nunca colocar o outro a nossa frente, em lugar de destaque em relação a nós, se assim fazemos, há uma tendência a nutrirmos relações tóxicas, porquê a dependência do outro, o medo de perder e ficar só, faz com que o posicionamento diante da relação a dois fique ineficaz. Contudo, quando se percebe que a relação não está bem, torna-se necessário trabalharmos primeiro as nossas emoções, para nos certificarmos se realmente as ações dos outros são destrutivas, se é o outro que precisa de ajuda, ou se são as nossas emoções não trabalhadas que precisam ser reguladas para que a partir de emoções saudáveis sintamos menos desconfortos e ficamos mais conscientes do nosso papel na relação, pois uma relação sempre é constituída a dois.


Contudo, a sugestão que dou é, fique sempre em consciência, se possui alguma relação tóxica coloque-se sim como prioridade, mas não esqueça de estar em constante análise, para não cair na possibilidade de julgamentos diante de emoções que possui que estão mal resolvidas e que se tivessem sido trabalhadas traria uma reação diferente diante do mesmo acontecimento. Depois do seu trabalho interior, observe o seu comportamento na relação, e quando se certificar que está a ter um comportamento mais equilibrado, mais resolvido e ainda assim, mantiver a toxidade na relação, aí é hora de partir para uma análise mais profunda. Até quando vou aceitar a repetição do padrão comportamental do outro, que talvez insiste em não ver o que precisa mudar, ou não quer, ou não consegue mudar?


E esta decisão é pessoal, cada um possui o seu grau de resiliência, aqueles que são mais resilientes acabam por esperar a evolução do outro, o trabalho interno do outro por mais tempo, quem é menos resiliente ou que não trabalhou suas emoções não consegue, porquê o desconforto o leva a finalizar a relação. Existe certo ou errado? Não, existe o caminho individual e cada um de nós tem o seu ritmo de evolução, e cada um de nós vai decidir quando continuar e avançar ou quando desistir. O importante é que tenhamos a consciência de que estar em atenção plena sobre a importância de procurarmos constantemente trabalhar nossas emoções, evoluir, crescer, é o que faz com que a trajetória aqui neste mundo seja um marco de construção, não uma estagnação no processo evolutivo, tão individual, tão particular a cada um e que merece acima de tudo, ser respeitado, não julgado...


Se assim vivemos, estamos em sintonia com o Universo, que não espera que sejamos perfeitos, mas sim seres em evolução, em constante transformação, aceitando-nos como somos, trabalhando as nossas emoções, mas acima de tudo, desprovidos de julgamentos e apontamentos quanto ao ritmo de evolução do outro. Podemos até nos afastar, mas julgar e apontar é um malefício que fazemos a nós mesmos...


Reliane de Carvalho

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